Comentário
O neoliberalismo transformou o lucro no único termômetro de sucesso empresarial. Mas essa visão limitada já cobra um preço alto da sociedade e do planeta. Empresas não podem ser apenas máquinas de acumulação – têm uma função social que deve estar alinhada aos desafios do nosso tempo.
Sustentabilidade não pode ser uma exigência desproporcional. Pequenos e médios empresários enfrentam dificuldades para manter suas portas abertas, enquanto grandes corporações acumulam fortunas sem contrapartida real. O peso da transformação deve recair sobre os gigantes econômicos, que lucram bilhões enquanto resistem a práticas mais responsáveis.
A resistência à taxação de grandes fortunas torna ainda mais urgente a necessidade de que essas empresas revertam parte de seus ganhos em projetos sustentáveis. Enquanto isso, multinacionais já mudam suas estratégias, migrando para países com políticas mais alinhadas às novas demandas globais. Esse movimento abre oportunidades para um crescimento econômico em harmonia com a preservação ambiental.
Não há futuro viável sem um modelo que equilibre lucro e responsabilidade. O capitalismo do século XXI precisa ir além da exploração desenfreada e integrar compromissos reais com a sociedade e o meio ambiente. Afinal, prosperidade que ignora o impacto social e ambiental é apenas ilusão de curto prazo.