O dado é alarmante. 40% dos profissionais americanos já usam IA regularmente, nas escolas o número de estudantes que simplesmente “terceirizam o pensamento” não para de crescer. Hoje, fazer um trabalho de faculdade virou um exercício de copiar, colar e, com sorte, dar uma passada de olho antes de entregar.
Os professores tentam correr atrás. Corrigem textos impecáveis, cheios de termos bonitos, mas quando chamam o aluno pra conversar sobre o conteúdo… silêncio. Olhares perdidos. Gagueira. Um vazio maior que o Congresso numa sexta-feira à tarde.
E o mais assustador é que ninguém parece muito preocupado. As empresas seguem implantando IA sem diretrizes claras, as escolas fingem que não é com elas, e os alunos… bem, os alunos estão adorando. Porque é fácil, rápido, e, convenhamos, quem nunca quis um atalho?
Mas a conta vai chegar. E não vai demorar.
Estamos criando uma geração de analfabetos com diploma. Gente incapaz de escrever um parágrafo com começo, meio e fim sem a ajuda de um robô. Profissionais que, na primeira reunião sem o “oráculo digital”, vão suar frio pra apresentar uma ideia minimamente original.
O mais irônico é que, enquanto cresce o medo de que a IA tire empregos, a realidade é bem mais sórdida: o que está sendo eliminado não é o emprego. É o raciocínio. A capacidade de análise. O espírito crítico. E isso, meus amigos, é bem mais grave.
Os números da Gallup escancaram a realidade que não enxergamos. A IA avança, mas a maioria das empresas ainda não tem um plano claro pra lidar com ela. Só 30% têm políticas definidas. O resto? Navega no escuro. E nas escolas? Menos ainda. Tudo segue no improviso, na base do “vamos ver no que dá”.
A pergunta que fica é: até quando?
Até quando vamos aplaudir a produtividade de fachada? Até quando vamos confundir quantidade de entregas com qualidade de pensamento? Até quando vamos deixar que uma geração inteira desaprenda a pensar por conta própria?
Está na hora de líderes, educadores e estudantes acordarem. Não se trata de demonizar a tecnologia. Porque, no ritmo que estamos, o futuro não vai ser dominado pelas máquinas. Vai ser ocupado por humanos que, na prática, já deixaram de ser humanos há muito tempo.