O lançamento do “Crescer – Programa Nacional de Microcrédito”, na quarta-feira, 24, pelo governo federal representa “um grande incentivo à democratização do crédito”. A avaliação foi feita pela presidenta Dilma Rousseff durante cerimônia no Salão Nobre do Palácio do Planalto, em Brasília. Segundo Dilma Rousseff, as conquistas que a população obteve nos oito anos do governo do presidente Lula e no programa que está sendo proposto para os próximos anos pela presidenta Dilma significa que “estamos avançando de forma significativa o acesso ao crédito”.
“E queremos dar essas condições para que possam abrir e expandir seus negócios, e gerar riquezas para o Brasil. Inclusão produtiva para milhões de brasileiros… [O programa] abrange uma faixa muito maior que o Brasil sem Miséria. Será um instrumento importante já que permitirá a quem tem em seu próprio negócio condições de sair da pobreza.”
A presidenta Dilma começou a nominata do discurso cumprimentando “minha colega Isabel Cândido, empresária beneficiada pelo programa de microcrédito”. Em depoimento emocionado, dona Isabel contou sua experiência com microcrédito em Fortaleza (CE), oportunidade em que iniciou um pequeno negócio com R$ 250 e hoje tem na conta R$ 25 mil.
No discurso, a presidenta Dilma lembrou que nos últimos anos a população aumentou a renda e, por este motivo, aqueceu o mercado doméstico. Assim, o cidadão conseguiu comprar, por exemplo, eletrodoméstico, computador, carro e até mesmo viajar de avião. Numa outra frente, como explicou a Presidenta, o governo colocou recursos para a agricultura familiar e expandiu a oferta do crédito imobiliário.
“Hoje estamos aqui ampliando a escala do microcrédito. Transformando o microcrédito num instrumento que vai ser de fato uma alavanca no crescimento econômico. Esse programa Crescer é um nome significativo. É isso que nós queremos que as pessoas tenham condição de fazer: crescer. É um passo na democratização do crédito.”
A presidenta Dilma explicou também que com o programa de microcrédito, cada vez mais cidadãos que estão na informalidade tenham acesso aos recursos com juros ainda mais reduzidos. A presidenta explicou também que o programa se encaixa no modelo da economia solidária. Deste modo, os ministros Carlos Lupi (Trabalho e Emprego)e Tereza Campello (Desenvolvimento Social e Combate à Fome) passam a ter participação importante no programa.
“Na verdade acredito que temos três aspectos desses dois programas: menos impostos, desoneração do MEI (empreendedor individual) de 11% para 5% e a elevação da faixa de renda até R$ 60 mil. São muito importantes. Mais desoneração, mais crédito e mais assistência técnica. Mais crédito com menor taxa de juros só também não resolveria o problema. O aspecto da orientação é essencial…”
No discurso, a presidenta enfatizou também o fato de que “até 2013 vamos quadruplicar o número de clientes”. Por isso, naquele ano o programa vai passar por revisão, inclusive com clara possibilidade de ele ser expandido. “É importante que lembremos que queremos crédito para capital de giro. Isso vai levar a uma forma virtuosa aumento da demanda, mais renda e mais consumo para a população”, disse.
Dilma Rousseff mencionou o programa “Crédiamigo” do Banco do Nordeste como sendo uma experiência bem-sucedida. Ela revelou que um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontou que 60% dos beneficiários do crédito deste banco público deixaram situação de extrema pobreza em 12 meses. A presidenta disse ter certeza que os quatro bancos públicos (Banco do Brasil, Caixa Econômica, Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e Banco da Amazônia (Basa)) “vão dar esse exemplo” e espera que mais adiante os bancos privados também possam aderir ao programa de microcrédito.