Ampliar a participação de mulheres negras, ciganas, quilombolas e indígenas na ciência. Com esse objetivo principal, o Ministério da Igualdade Racial (MIR), em parceria com os ministérios das Mulheres, dos Povos Indígenas, e da Ciência, Tecnologia e Inovação, lançou o Atlânticas – Programa Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência. A iniciativa conta ainda com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Com mais de R$ 7 milhões em investimentos, o programa contempla bolsas de doutorado sanduíche e de pós-doutorado no exterior para pesquisadoras negras, quilombolas, indígenas e ciganas regularmente matriculadas em cursos de doutorado reconhecido pela Capes, ou que tenham concluído programa de pós-graduação reconhecido pela Capes em qualquer área de conhecimento. Estão também previstos auxílios para a obtenção de passaporte e vistos, por exemplo.
Segundo dados apresentados pelo MIR, apenas 4,9% das bolsas de doutorado sanduíche são de mulheres negras, enquanto as mulheres brancas têm 30,9% das bolsas custeadas pelo CNPq.
Os editais para que as mulheres possam concorrer serão lançados até o final do ano.
Beatriz Nascimento
O nome do programa presta homenagem à professora e historiadora sergipana Beatriz Nascimento, que sempre aliou a luta antirracista com a vida acadêmica. Foi co-fundadora do Grupo de Trabalho André Rebouças na Universidade Federal Fluminense (UFF) e membro do Movimento Negro contra a Discriminação Racial (MNUCDR), nome mais tarde reduzido para MNU.
Enquanto pesquisadora, Beatriz Nascimento estudou as formações dos quilombos no Brasil por duas décadas e foi expoente do feminismo negro, pesquisando as práticas discriminatórias que pesam sobre os corpos das mulheres negras.
Fonte: Ministério da Igualdade Racial