Míram Leitão (para assinantes) escreveu hoje…:
-A posse do ministro Luís Roberto Barroso foi bonita. Sim, teve Maria Bethânia e, quando ela canta, “há uma fagulha de divino” como disse Barroso. Sim, o discurso do novo presidente foi literário. Mas a beleza maior era outra. Havia uma sensação de alívio no ambiente, pelo afastamento do perigo real que a democracia enfrentou. Palmas acolhiam o nome da ministra Rosa Weber, cada vez que era pronunciado. O que se aplaudia era sua firmeza na reconstrução do Supremo Tribunal Federal após o 8 de janeiro. “Estivemos aqui naquela noite — a ministra Rosa, o ministro Toffoli e eu próprio — vimos os destroços e foi uma emoção em tão pouco tempo ver tudo reconstruído.” Foram 21 dias para os consertos físicos. Para os institucionais, ainda estamos em obras.
Segue Míriam:
-Constatei o sentimento de alívio pelo perigo autoritário afastado, até em pessoas que colaboraram direta ou indiretamente com o governo anterior, inclusive militares. Os detalhes relatados por testemunhas dos bastidores daquele governo confirmam que a democracia brasileira teve, por quatro anos, um presidente à espreita, esperando a hora de golpeá-la.
(…)
E o ministro Roberto Barroso, novo presidente do STF:
Sobre a presidenta Dilma:
–Minha gratidão vai também para a presidente Dilma Rousseff, que me indicou para o cargo da forma mais republicana que um presidente pode agir: não pediu, não insinuou, não cobrou.
E finalizou:
–Viver é andar numa corda bamba, é tomar decisões sempre com risco de errar. A gente se inclina um pouco para um lado, um pouco para o outro, e segue em frente. Às vezes alguém olhando de fora pode ter a impressão de que o equilibrista está voando. Não é grave, porque a vida é feita de certas ilusões. Mas o equilibrista tem que saber que está se equilibrando.
(…).
Grifo meu: STF hoje – mais do que nunca na sua maioria – é o guardião da CF contra um Congresso reacionário e e fundamentalista…ainda bem.
Grifo meu 2: na economia não comungo com as ideias de Míriam…na política concordo com ela em muitas coisas…é a vida.
J R Braña B.