A manchete do ac parece engraçadinha, mas talvez o próprio autor da postagem não saiba do que se trata essa publicação aparentemente despretensiosa e inocente.
‘Foi sancionada nesta quarta-feira, 16, a Lei nº 4.611/2025, que assegura a realização de ritos religiosos voluntários em unidades de ensino públicas e privadas em todo o Estado do Acre.’(…)
Sorrateiramente, o projeto afirma que tudo é ‘facultativo’, que ninguém é obrigado, exceto, pasmem, o diretor da escola, que será obrigado a permitir comícios religiosos dentro das unidades escolares.
Atenção, sindicatos, professores, diretores e sociedade esclarecida!
Religião dentro das escolas?
Para quê?
A Teologia do Domínio é uma doutrina religiosa fundamentalista que defende a submissão da sociedade às leis e valores bíblicos, buscando controlar instituições civis, políticas e culturais, o que ameaça a democracia ao rejeitar a separação entre Estado e religião.
O Brasil é laico.
Nas escolas é para haver cultura, esporte, inteligência, matemáticas, português, idiomas, filosofia…escola é centro, hub, núcleo de estudo e compreensão do mundo e não será a religião que vai fazer isso de forma anti-científica.
Fui atrás do professor Castro Rocha, que afirma:
— A Teologia do domínio é mais perigosa para democracia que o bolsonarismo.
— Essa teologia foi desenvolvida inicialmente nos Estados Unidos e recentemente foi adotada no Brasil. Ela está na base da doutrina da Igreja da Lagoinha, onde Nikolas Ferreira (PL-MG) professa sua fé. A teologia do domínio está na base de outras igrejas que contaminaram as concepções de Damares Alves e Michelle Bolsonaro. Quando Michelle diz que chegou a hora da libertação, o que ela está dizendo é: chegou a hora do Estado civil subordinar-se à fé, não à espiritualidade, mas à crença deles. Pensando nisso, no nosso país tudo começa a ficar bastante claro e muito preocupante, muito preocupante.
— Um fenômeno que não é brasileiro.
— Trump é Davi, Bolsonaro é Davi, Milei é Davi. Porque Davi aqui é privilegiado, não é o menino que derrota Golias, que vence a força bruta com a inteligência e a astúcia. Aqui é o rei Davi, um modelo do pecador ungido, porque ele é o senhor das armas, ele é o rei de batalhas, ele é o senhor de um império, mas depois ele se arrepende, torna-se outro. Davi é abraçado pela teologia do domínio. Em outras palavras, Trump, Milei e Jair Bolsonaro, pouco importa os pecados que cometam, eles são ungidos.
(…)
Aqui na Agência Pública, você pode ler a íntegra da entrevista do professor Castro Rocha…é um material para ler e guardar…e consultar ocasionalmente…e agir politicamente contra transformar o Acre e o Brasil numa teocracia.
J R Braña B.