# mulheres grávidas
Uma pesquisa realizada no ano passado pela FGV com 247 mil mulheres com idades entre 25 e 35 anos mostrou que metade delas perdeu o emprego dois anos após a licença-maternidade. A probabilidade de demissão após o período da licença, logo no segundo mês de retorno ao trabalho, é de 10%.
Esses dados de estudos recentes mostram o quão complexo é para a mulher desfrutar de ascensão profissional, quando se é mãe ou quando decide gerar um filho.
O site Trocando Fraldas realizou a segunda edição da pesquisa Carreira e Maternidade, desta vez com 10 mil participantes de todo o país. Assim como em 2017, três em cada sete mulheres afirmaram sentir medo de perder o emprego por conta da gravidez.
Este medo do desemprego após a maternidade é maior na faixa etária entre 18 e 24 anos, representando o percentual de 45%.
Em São Paulo 60% das entrevistadas afirmam possuir dificuldade de conciliar carreira e maternidade no estado. Entre as mães participantes da enquete 25% prorrogam ou desistem da maternidade por conta das barreiras.
O preocupante é que 44% das mães sofrem a pressão psicológica de perder o emprego por conta da reação do chefe, que muda negativamente em 66% dos casos.
Os estados Amapá, Acre e Amazonas, no quesito de mulheres com medo de perder o emprego, representam mais da metade do público feminino. No Espírito Santo, 36% das mulheres têm medo de perder o emprego devido a gravidez.
São Luís, Rio de Janeiro e Curitiba são as regiões em que o índice de medo de desemprego por gravidez é maior, com 46% e 48%, respectivamente.
Outro dado em destaque na enquete é que 43% das mulheres acreditam que o chefe não ‘aprovaria’ a gravidez e 19% sentem vontade de ser demitidas na hora, pelo constrangimento de anunciar a gestação no trabalho.
Depois da volta da licença-maternidade, 28% das mulheres consideram difícil conseguir uma vaga para a criança na creche. As dificuldades são maiores nas regiões Centro-Oeste e Sul.
Estes dados de pesquisas recentes revelam problemas sociais graves em relação ao público feminino no mercado de trabalho, quando gerar um filho representa, na maioria dos casos, um empecilho para que se mantenha o emprego.