Advogado criminalista, Kakay(Antônio Carlos de Almeida Castro)
“A defesa está no direito dela ao afirmar que o Ministro Alexandre de Moraes deveria se dar por suspeito no inquérito onde o Bolsonaro e parte de sua turma de militares golpistas foram indiciados.
A defesa deve ser ampla e o contraditório garantido.
Assim é que exige um processo penal democrático.
É interessante notar que estranhamente não se viu a negativa dos fatos por parte dos envolvidos.
Ao que parece o trabalho da Polícia Federal foi tão bem feito tecnicamente que está irrespondível.
Porém, é fundamental frisar, que o argumento da suspeição do Ministro Alexandre de Moraes, pelo fato dos golpistas terem planejado matá-lo, é absolutamente sem nenhuma sustentação jurídica.
Seria permitir que o investigado, que quem cometeu o crime, escolhesse o seu julgador.
A vítima no caso concreto é a democracia brasileira.
O que foi urdido e tentado foi um golpe de estado, a abolição violenta da democracia.
O que esteve em risco foi o estado de direito.
Dentre os vários desatinos estava um plano que incluía a morte do Presidente da República, do Vice-presidente e de um Ministro do Supremo.
Aceitar a tese da suspeição seria dar ao investigado o controle de quem ele quer como juiz do seu caso.
Agiu bem o Presidente do Supremo , Ministro Luís Roberto Barroso, ao distribuir o inquérito para o Ministro Alexandre de Moraes.
A democracia agradece. ”
(Publicado no Cafezinho)