Na Colômbia, o presidente Gustavo Petro, de esquerda, não tem maioria no Congresso, que é semelhante ao brasileiro, comandado por empresários e conservadores.
O que fez Gustavo para aprovar a reforma trabalhista popular: foi às ruas conversar com o povo, pediu apoio e ameaçou com uma proposta de consulta popular em favor da reforma que garante mais benefícios aos trabalhadores.

O que fez o Congresso, majoritariamente oposicionista, como o daqui: correu e chamou o governo para negociar, e aí os principais pontos da reforma em favor dos trabalhadores foram acertados e aprovados.
Dos 77 artigos discutidos pelo Congresso proposto pelo governo em favor dos trabalhadores, apenas 7 foram retirados por acordo…
Isso, sim, é negociação de um governo mesmo tendo minoria no parlamento.
Gustavo Petro sancionou nesta quarta, hoje, a medida em favor dos trabalhadores da Colômbia.
Não sem os debates no país se arrastarem por longos oito meses, mas Gustavo Petro venceu a disputa contra os empresários e conservadores que dominam o Congresso do país de Gabriel García Márquez.
Aqui, o governo Lula não tem maioria no Congresso e, toda semana, agora, é derrotado em alguma medida, mesmo que tímida, em favor da população — como essa do IOF, que os deputados a serviço do mercado não deixaram passar.
Pior: o governo não vai às ruas pedir apoio, nem cogita uma consulta popular por alguma demanda de interesse do povo, como, por exemplo, o fim da escala 6×1…, que seria um grande legado do terceiro mandato de Lula aos trabalhadores do Brasil.
Aí fica difícil avançar socialmente.
A Colômbia está mostrando como se faz quando um governo tem minoria no Congresso dos patrões.
Aqui, o governo abandonou as bandeiras populares de esquerda…
J R Braña B.