As pessoas permanecem no Bolsa Família até conseguirem um emprego formal, porque ninguém quer viver a vida toda sem um trabalho de verdade.
Quem nunca larga o Bolsa Família, na prática, são os que se apropriam sistematicamente dos recursos públicos do Acre e do Brasil.
Quem são eles?
— As grandes empresas (os BBBs) e suas associações patronais, urbanas e rurais….com ajuda de um Congresso também de expressiva maioria patronal.
— E as castas privilegiadas da burocracia pública.
É só comparar quem recebe mais recursos e benefícios: os grandes do Agro ou a agricultura familiar, esta última, aliás, é quem coloca comida todos os dias na mesa dos brasileiros.
Mesmo assim, 5,6 mil famílias acreanas deixaram o programa nos últimos meses ao conseguirem emprego com carteira assinada, conforme dados do Gov Federal, do MDS.
No Acre, o Bolsa Família ainda é uma coluna de sustentação econômica para boa parte das famílias, inclusive fora das zonas rurais.
Os desafios estruturais do estado (isolamento geográfico, economia dependente do setor público, pouca diversificação produtiva, déficits sociais acumulados, problemas energéticos e de conectividade, baixa atração de investimentos e o preconceito nacional contra a região) seguem travando o desenvolvimento tanto na capital quanto nos demais municípios.
O Acre é, para usar uma metáfora simples, um terreno desnivelado, cheio de obstáculos que dificultam qualquer construção sólida.
E é justamente isso que nos mantém presos no tempo.
J R Braña B.