Por Francisco Dandão – Escrevo na manhã de sábado (26 de julho), diretamente do bairro de Copacabana, na sempre maravilhosa cidade do Rio de Janeiro. Manhã de sol firme e com uma brisa fria soprando diretamente do mar para o calçadão de desenhos ondulados. A vida continua passando em ondas que vão e vêm.
E nessas de idas e vindas, meu pensamento se volta para o desempenho dos times acreanos na Série D do Campeonato Brasileiro. Mais uma vez um desempenho abaixo da crítica. Do tipo que não estimula o torcedor a gastar o seu precioso tempo frequentando os estádios para gritar e roer as unhas.
O Independência, bicampeão estadual, lá pelas tantas até deu a impressão que poderia passar de fase. Mas então, na reta final do returno, desandou ladeira abaixo e foi somando resultados negativos. É certo que chega à última rodada com chances. Mas tão remotas que eu não acredito.
O Humaitá, por sua vez, eu diria que é a grande vergonha do futebol acreano. Vergonha essa que se sucede ano após ano. É praxe desse clube montar bons elencos apenas para a disputa do campeonato estadual, visando a grana da Copa do Brasil do ano seguinte. Depois faz somente figuração.
Veja-se, para que não se diga que eu sou rigoroso na minha avaliação, que esse Humaitá, até à penúltima rodada da referida Série D, perdeu 11 dos 13 jogos disputados, somando míseros quatro pontos em todo o torneio. É o último colocado dos 64 clubes que entraram na disputa. “Lanterninha”!
Foram quatro os pontos somados pelo Humaitá entre os 39 disputados, até à 13ª rodada. Um empate e uma vitória. O empate foi contra o Manauara-AM, na nona rodada. E a vitória foi contra o Independência, na décima-segunda rodada. Resultados surpreendentes, totalmente inesperados.
Nos outros grupos todos os últimos colocados pontuaram mais do que o Humaitá. No A2, o Maracanã-CE fez 6; no A3, o Souza-PB fez 12; no A4, o Penedense-AL fez 5; no A5, o Porto Velho-RO fez 7; no A6, o Boavista-RJ fez 9; no A7, o Itabirito-MG fez 10; e no A8, o Azuriz-PR fez 12 pontos.
O empate contra o Manauara foi tão surpreendente que causou até uma enchente em Manaus. Assim, do nada, sem nenhuma previsão dos serviços de meteorologia, depois do jogo entre Humaitá e Manauara o rio Negro se danou a subir na capital amazonense, inundando todos os bairros periféricos.
E depois da vitória do Humaitá contra o Independência, a frase de um jogador do time derrotado resumiu a ópera: “Perdemos para nós mesmos!” Perder para si mesmo é o pior que pode acontecer a quem disputa alguma coisa. Significa, literalmente, que o adversário não era absolutamente nada.
Francisco Dandão – cronista e tricolor…Dandão sabe tudo de futebol e um pouco mais…