Jornal da USP
Na rua, no banheiro ou na cozinha, quem encontra uma barata nunca julga estar em boa companhia. Pesquisadores do Instituto de Biociências (IB) da USP e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no entanto, apostam em parceria com elas para provar o contrário: a aliança inesperada pode ser chave na busca por uma matriz energética mais limpa.
Poucos animais são mais ecléticos do que as baratas quando se trata de alimentação. Por vezes descritas como detritívoras, se alimentam desde folhas secas até dejetos – os “restos” da natureza. Ainda que consideradas sujas, as baratas mantêm um papel de “faxineiras” dos ecossistemas, consumindo a matéria orgânica que, em excesso, desregularia o equilíbrio ambiental. Para usufruir dessa dieta variada, desenvolveram, ao longo de milhões de anos, um sistema digestivo “coringa,” capaz de processar com muita eficiência uma ampla gama de alimentos. Essa capacidade adaptativa foi o foco do estudo.