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Nova Política
Os pregadores da nova política decepcionaram-se já no primeiro teste. Isto seria esperado
Narciso Mendes
Melhorar a política era e continua sendo o que devamos fazer, posto que, reinventar o que apelidaram de nova política, seria o mesmo que buscar reinventar a roda. Reporto-me a política e não a velhacaria política. Esta sim precisa ser eliminada. Custe o que custar.
Tomemos como exemplo as eleições dos governadores de dois dos mais importantes Estados da nossa federação nas eleições de 2018: Rio de Janeiro e Minas Gerais. No que resultaram as eleições de Wilson Witzel e Romeu Zema, as duas mais destacadas vitórias dos defensores da nova política? Resposta: suas desastrosas gestões resultaram em dois retumbantes fracassos, embora tenham sido eleitos empenhando a bandeira da demonização da velha política.
Wilson Witzel, antes de cumprir metade do seu mandato precisou ser despachado do Palácio das Laranjeiras como se despeja um inquilino que sequer pagava o aluguel contratualmente pactuado. Romeu Zema, nas recentes eleições municipais próximas passadas não conseguiu que o seu partido, a despeito do seu sugestivo nome, “Partido Novo”, elegesse um único prefeito entre os 853 municípios mineiros.
A política não carece de adjetivações, mais aqueles que a integra e que não raramente tem ocupados os seus mais elevados postos, aí sim, precisam ser adjetivados, e os maus políticos, providencialmente expulso do seu ambiente.
Mas para tanto e de antemão, a nossa legislação político, partidária e eleitoral precisa passar por uma radical mudança. Do contrário, pelas brechas ainda existentes, os maus políticos continuarão entrando. O fim das coligações nas eleições proporcionais, por exemplo, foi a mais importante novidade nas eleições municipais próximas passadas e em sendo mantida nas eleições de 2022, e certamente será a nossa futura Câmara dos Deputados e as futuras Assembleias Legislativas estaduais não mais comportarão parlamentares de 30 partidos distintos. Bastou esta medida para golpear o toma-lá-dá-cá e possibilitar uma melhor governança e não apenas no plano federal.
Em relação a cláusula de barreira, pena que o STF tenha revogado o percentual de 5% dos votos nacionais para que os partidos se façam representar em nossos parlamentos, mas o percentual exigido e não contestado de 2% nas eleições de 2022, de 2,5% nas eleições de 2026 e de 3,0% nas eleições de 2030, serão fundamentalmente importantes para melhor a qualidade da nossa democracia. Sobre à fidelidade partidária algo precisa ser feito, pois o troca-toca de partido precisa ter fim, ou seja, quem troca de partido não poderá levar consigo o mandato adquirido.
Narciso Mendes – foi deputado constituinte pelo Acre