Em meio às discussões políticas, as propostas do controverso presidente, Javier Milei, que defende a implementação do anarcocapitalismo, é uma utopia inalcançável e trará consequências desastrosas para a Argentina.
Milei, conhecido por suas propostas radicais de desmantelar os órgãos estatais, privatizar setores cruciais e reduzir drasticamente a intervenção do governo, me parece alguém que não compreende as nuances da governança. A ideia de retirar o Ministério do Turismo e Esporte, Ministério da Cultura, Ministério do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Ministério das Mulheres, Gênero e Diversidade, Ministério de Obras Públicas, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Ministério do Trabalho, Emprego e Seguridade Social, Ministério do Transporte, Ministério da Saúde e Ministério do Desenvolvimento Social, e até mesmo privatizar o Ministério da Educação, criará um cenário em que o presidente, embora mantendo o título, perde efetivamente o poder de governar.
Ao eliminar os contrapesos e as estruturas organizacionais do governo, a sociedade se torna refém do anarquismo, sem a preparação necessária para lidar com a ausência de organização. O resultado, seria o mercado assumindo o controle total, enquanto o presidente, desprovido de ferramentas para governar, se verá impotente diante de um sistema que prioriza o acúmulo de capital em detrimento de uma sociedade organizada.
oestadoacre.com destaca a experiência brasileira e as tentativas do ex-presidente Jair Bolsonaro de implementar uma abordagem semelhante. A estratégia de Bolsonaro, baseada na degradação dos poderes republicanos, resultou em uma rápida deterioração dos serviços públicos, da educação e dos direitos trabalhistas, levando a uma crise humanitária que afetou milhões de brasileiros.
Em última análise, o anarcocapitalismo é uma utopia perigosa, pois remove os instrumentos essenciais do presidente para governar efetivamente. A sociedade não está preparada para enfrentar uma transição tão abrupta, o que levará a consequências desastrosas, como a fome em massa, um problema que a Argentina, com seus recursos econômicos mais limitados em comparação com o Brasil, terá dificuldade em enfrentar.
No entanto, o peronismo, com sua tradição de mobilização popular e resistência, responderá de maneira vigorosa à proposta radical do presidente recém-eleito.
by JLab
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