Marcus Fleming e Ângela Bessa – É de bom alvitre, expormos o significado do verbo sustentar, segundo o Dicionário Aurélio, que assim significa: segurar para que não caia, suster, suportar, impedir a ruína ou queda de alguma coisa. Esta expressão, SUSTENTABILIDADE, advém da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, criado pela Organização das Nações Unidas ONU – para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.
Se fossemos abrir todas as revistas científicas, os jornais e noticiários eletrônicos que chegam a todos nós, haveremos de constatar, por centenas ou milhares de vezes, a preocupação dos cientistas, dos governantes e empresários ao nível internacional com a qualidade de vida, sobretudo, nas grandes metrópoles.
Em decorrência das mutações climáticas, já se tem diagnosticado a elevação da temperatura no planeta, sem precedentes na história, haja vista o que nós brasileiros temos passado nesses últimos dois anos. A pandemia, por sua vez, trouxe profundos sofrimentos, sentimentos de tristeza, dor e perdas para a humanidade. Se por um lado propiciou ganhos financeiros com a reestruturação e acomodação das profissões da área da saúde, muito pior do que isso foram os prejuízos emocionais causados, perdas de vida que até hoje têm afetado a saúde da população.
Desta feita, temos o aquecimento de nosso habitat natural, com repercussões nos hemisférios norte e sul, onde as calotas polares, formadas por gelos, se movimentam e se desfazem, a fim de causar inundações, uma vez que a água dos mares vai ao encontro dos rios, daí causam grandes catástrofes. Outro aspecto relevante, a se levar em conta, são as inundações provocadas pelas condições climáticas ao formar nuvens por demais carregadas, responsáveis pela ocorrência de fortes trovoadas, chuvas, temporais e tempestades.
Cidades são devastadas por falta de sustentabilidade, do ponto de vista da inexistência de políticas públicas ou investimentos de grande monta para se criar barreiras, para melhorar a resistência, facilitar o escoamento da água, de modo a conter ou mesmo evitar desastres ecológicos de grande proporção. O que acaba gerando prejuízos incalculáveis em termos econômicos, materiais, humanos e financeiros para as famílias e governos..
Sob o ponto de vista empresarial, o sistema mundial organizado sob a égide de uma economia forte, construída pelo capitalismo, demanda hoje por uma governança corporativa altamente profissional, que engendra esforços para vencer ou mitigar as adversidades através do gerenciamento de riscos. A ordem do dia, em pleno século XXI, é que haja foco numa diretriz que ofereça maior segurança e vida longa para essas corporações. Que as lideranças, os CEOs, juntamente com os colaboradores passem a estar permanentemente conectados às estratégias organizacionais que aperfeiçoem a governança, protejam o patrimônio e assegurem qualidade de vida aos colaboradores.
Desta feita, passa a ser não só uma definição de prioridades, por parte da iniciativa privada, como também do setor público, o desenho e o esboço de uma gestão eficiente e eficaz, em que ambos os segmentos passem a priorizar o desenvolvimento de habilidades e competências que permitam definir as melhores escolhas e decisões que evidenciem, na devida oportunidade o surgimento de um modelo de gestão criativo e inovador.
Diante das repercussões sociais causadas pela Pandemia como o agravamento das tensões no ambiente de trabalho, a expansão das patologias psicossociais e emocionais, a Norma Regulamentadora NR-1, então, passou a ser repensada, reformulada e reeditada para o bem-estar do mercado de trabalho.
A Norma Regulamentadora NR-1, foi estabelecida em 1978 pelo Ministério de Trabalho e Emprego que passou a ser atualizada em 2024, com exigências para que as organizações se enquadrem nas principais mudanças, até 25 de maio de 2025. As principais mudanças são: implantação do Programa de Gerenciamento de Riscos Ocupacionais, adoção de medidas mais robustas e ricas ao aderir à gestão de emergências, avaliação dos riscos psicossociais e da sobrecarga de trabalho.
Além do que, faz-se mister ressaltar que as organizações para cultivarem uma cultura de sustentabilidade, devem de forma proativa procurar arquitetar planos e programas de trabalho que valorizem: estudo de viabilidade econômica do empreendimento e projetos, análise de retorno sobre investimentos, rentabilidade de seus ativos, contabilização e estruturação dos custos empresariais, implementação de estratégias de marketing, fortalecimento das relações comerciais, relações interpessoais saudáveis com seus colaboradores, desenvolvimento de um programa de controle de qualidade na produção e entrega de bens e prestação de serviços.
É fundamental desenvolver nas empresas um programa de Governança, Compliance e Integridade que justifique comprometimento com os clientes, fornecedores, sociedade, colaboradores e acionistas, com vistas também a investir em programas de qualificação e de investimento e monitoramento da saúde no ambiente empresarial. Algumas organizações se fazem valer de outra ferramenta de gestão conhecida, no meio empresarial, como é o caso do Planejamento Estratégico, oportunidade de se elaborar os referenciais estratégicos – missão, visão e valores.
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* Prof. Adm. Marcus Vinicius de L. Fleming, auditor aposentado, pós-graduado em planejamento, Mestre em Administração pela UFMG.
* Profa. Adm. Msc. Angela Maria Bessa Fleming, pós-graduada em Administração Pública, Mestre em Engenharia Civil – UFF/RJ e Presidente do Conselho Regional de Administração do Estado do Acre – CRA-AC.
14 – Governança, compliance e integridade
13 -Governança, compliance e integridade (part 3)
12 – Governança, Compliance e Integridade(Parte 2)
11 – Governança, compliance e integridade (part 1)
10 – O TCE-AC: convite à reflexão
09 – O papel dos Tribunais de Contas
08 – 24-jan: Dia Internacional da Educação
07 – Celebração merecida pelos Tribunais de Contas
06 – Gastos na governança pública e supersalários
05 – Uma liderança de excelência
03 – Autoconhecimento e liderança