Por Francisco Dandão – Tenho vários amigos espalhados por diversos cantos do Brasil. Uns mais, outros menos, chegados. Mas quase todos me mandam mensagens dia sim e outro também. As mensagens variam de cumprimentos, passando por consultas sobre o futebol acreano, a lembretes de uma coisa ou outra.
Os cumprimentos são os mais fáceis de responder. As consultas, por vezes eu tenho que pedir socorro aos universitários ou correr para as infovias. Mesmo assim, não raramente as tais consultas ficam sem resposta. Já os lembretes, esses, via de regra, servem para avivar memórias esmaecidas.
Nesse sábado que recém passou, por exemplo, no que diz respeito aos lembretes, eu recebi um recado deveras interessante do amigo Danilo Moreno, acreano que durante muito tempo morou no bairro da Cadeia Velha, em Rio Branco, e que hoje reside em Natal, capital do Rio Grande do Norte.
Me lembrou o Danilo Moreno, criatura que nos tempos de faculdade várias vezes representou o Acre nos Jogos Universitários Brasileiros, nas modalidades de natação, handebol, salto em distância e arco e flecha, que nesse sábado se comemorava em todo o território nacional o Dia da Cachaça.
E então, como uma coisa puxa a outra, por causa da menção ao Dia da Cachaça feita pelo Danilo, eu lembrei de alguns ex-jogadores do futebol acreano, nos tempos amadores, que adoravam uma farra, regada a muita manguaça. Caras que jogavam demais, não importando o quanto ingerissem.
Cada time, no futebol do Acre das décadas de 1960/1970/1980, tinha pelo menos meia dúzia de boleiros que tomavam todas e mais algumas. A maioria deixava para beber somente depois do jogo. Mas havia alguns que não queriam nem saber se a partida estava marcada para dali a poucas horas.
Às vezes, inclusive, a promessa de que o “bicho” pela vitória seria dois litros de uísque importado e envelhecido fazia os caras se arrebentarem de correr sob um sol causticante de 3 horas da tarde (essa era a hora dos jogos quando o vetusto Stadium José de Melo não possuía iluminação noturna).
Testemunhas de época dizem que o elenco do Rio Branco, numa época em que a presidência do clube era exercida pelo empresário Wilson Barbosa, só jogava bem à base da promessa de álcool depois da partida. E garantem que os jogadores mais animados eram o ponteiro Neivo e o volante Merica.
É isso. As histórias são inúmeras. Procurando a gente encontra. Cachaça vem do alambique, água vem do ribeirão. Cachaça, portanto, não é água não. Mas, em contrapartida, consta na mensagem que o Danilo Moreno me enviou, “… se a vida não tem graça, encha a cara de cachaça.” Ou não?
Francisco Dandão – cronista e tricolor – Dandão sabe tudo de futebol e um pouco mais…
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