Francisco Dandão – Se este texto fosse uma daquelas mensagens de felicitações que eram lidas nas décadas de 1960 e 1970 na Rádio Difusora Acreana, eu deveria começar dizendo que “os passarinhos amanheceram nesse sábado cantando com mais alegria pela passagem do aniversário do Manoel Façanha”.
Mas, como o texto não é uma antiga mensagem radiofônica, vou enveredar por outro caminho discursivo para dissertar um pouquinho sobre essa criatura que eu tive o prazer de conhecer nos primeiros anos deste século XXI e da qual eu tive a honra de ser padrinho de casamento, em 2009.
Primeiro falo das origens, que apesar de ter crescido em Rio Branco, o certo é que ele nasceu em Xapuri, no dia 22 de junho de 1970 (ôpa, sem querer, querendo, entreguei a idade do homem!). Conterrâneo, portanto, de muita gente boa, como Adib Jatene, Chico Mendes e Cláudio Porfiro.
Depois veio o namoro com o futebol, em cujo esporte ele deu os primeiros chutes num campinho ao lado da sede da Fundação do Bem-Estar Social, no bairro Estação Experimental, em 1984. Baixinho, ágil e veloz, ele jogou ao lado de craques como, citando dois, Cézar Limão e Rei Artur.
Nesse aspecto, ressalte-se que ele chegou até a fazer testes na base do Rio Branco. Mas, apesar de aprovado, não ficou muito tempo por conta da impossibilidade de pagar o transporte todos os dias para se dirigir ao treino. Foi quando ele entendeu que o caminho da ascensão passava pela escola.
E então, seguindo o rumo natural das coisas, e não contente em ser um homem de uma única formação, o Façanha cursou logo duas faculdades: História, na Universidade Federal do Acre (Ufac), e Jornalismo, no Instituto de Ensino Superior do Acre (Iesacre). Formações que se complementam.
Na crônica esportiva, ele ingressou no ano de 1996, a convite do parceiro dele Raimundo Fernandes, que era repórter do jornal O Rio Branco, mas precisava se licenciar para disputar uma vaga na Câmara Municipal da capital Acreana. Era pra ser uma interinidade. Era para ser, mas não foi.
Não satisfeito em escrever matérias, pouco tempo depois o meu inquieto afilhado entendeu que deveria desenvolver a arte da fotografia. E daí, pela sua capacidade de aprender o que lhe dá na telha, ele hoje ostenta a marca der ser um dos melhores repórteres fotográficos do Norte do país.
Fora tudo isso, ainda tem mais duas coisas que eu preciso dizer sobre ele, antes que acabe esse meu latifúndio de internet de cada semana: o cara também publica livros e possui o maior acervo de documentos esportivos que se tem notícia sobre o futebol acreano. Vida longa ao Façanha, portanto!