Por Marcus Fleming e Ângela Bessa – Devemos compreender que tudo que fora tratado, até ao exato momento, nos chama a atenção para entender a ação do líder, ao ter como desafio o implemento de seu modelo próprio de GOVERNANÇA. Os tempos mudaram numa velocidade fantástica, pois no passado recente jamais imaginávamos o quanto as pesquisas e os estudos concernentes à Ciência da Administração passariam a ter relevância como ocorre recentemente. Tanto faz sentido, que temos constatado através da história a participação de renomados estudiosos que contribuíram, significativamente, ao longo do amadurecimento do capitalismo e das relações humanas no trabalho.
A Revolução Industrial, no final do século XVIII, provocou profundas mudanças econômicas, sociais, políticas que levaram ao surgimento do empresário empreendedor e fomentador da produção em larga escala. Sempre com o intuito de explorar o homem, expandindo o crescimento da classe proletária às custas da produção em massa, alcançando níveis de produção e produtividade, por longas horas de dedicação ao trabalho. Precisava-se a qualquer custo alcançar alguns objetivos – produção industrial em série com metas de produtividade e lucro, sem sequer se importar com as consequências – os reflexos sociais e emocionais, que acabaram por exercer impactos na produtividade individual, coletiva e sobre a própria sociedade de consumo.
Tivemos ao longo dos estudos sobre a Administração, um esforço incontestável dos cientistas sociais, consultores empresariais que acabaram provando que o ser humano merece o seu devido valor na sociedade. Portanto, defendiam a tese de que as mudanças organizacionais só se efetivariam se o trabalhador recebesse melhor tratamento no ambiente industrial e produtivo. Daí surgiram algumas pesquisas sobre “TDO – Teoria do Desenvolvimento Organizacional”, “Teorias X, Y e Z”, “Teoria da Contingência”, “Teoria Geral de Sistemas-TGS”, “Visão Holística da Organização”, “Planejamento Estratégico PE e Estratégias Organizacionais”.
Os mais renomados protagonistas da história da Administração, pesquisadores e estudiosos, psicólogos e sociólogos deram suas contribuições, cada um no seu tempo, para o surgimento e consolidação da Ciência da Administração. Foram eles: Frederick Winslow Taylor, Henry Ford, Henry Fayol, Elton Mayo, Kurt Lewin, Max Weber, Leland Bradford, Paul R Lawrence, Jay W. Lorsch, Peter Drucker. Além de outros, como William Edwards Deming consultor em estatística e Controle da Qualidade Total e Philip Kotler especialista em Planejamento e estratégias de Marketing. O mundo moderno acumula, hoje, extenso aprendizado em política, ciências humanas, administração, economia e tecnologia, graças aos grandes cientistas, defensores ferrenhos de um gerenciamento que prima por melhor qualidade, exercido no mundo corporativo.
Afinal de contas, é através das organizações corporativas que os melhores serviços e produtos chegam à sociedade com qualidade, eficiência e com responsabilidade social. Daí o setor público e o setor privado se veem diante de novos desafios para aperfeiçoar o processo de produção e executar a melhor entrega à sociedade. Não há mais lugar para modelos autoritários de gerenciamento, processos letárgicos e custosos na produção de bens e serviços.
A tese defendida, hoje, é a busca por gerar processos que adquiram vantagem competitiva para as corporações e que agreguem valor aos produtos e serviços, quando energias são canalizadas para promover o empreendedorismo, a criatividade e a inovação. Há uma exigência, neste século XXI, para que as corporações (empresas) passem a contribuir sobremaneira para a sociedade, ao definir sua política de negócios, desde que proceda à escolha e à adoção da melhor estratégia. Além do que, contar com a participação de seus Stakeholders – clientes internos e externos, fornecedores, empresas e toda a sociedade. A Governança, seja privada ou pública, tem compromisso com a responsabilidade social, a otimização dos custos, a mitigação das perdas na produção e desenvolvimento das estratégias de marketing. Além da construção e preservação da boa imagem institucional.
Figura 1 – Sistema de Governança
Governança | Compliance | Integridade |
Políticas Tecnologia Liderança afetiva Conselho Fiscal Conselho de Administração Diretoria Executiva Auditorias Estratégias organizacionais | Contrato social Regimento interno Legislação trabalhista Legislação tributária Constituição Federal Autorregulação Acordo de Acionista Boas práticas Estatuto Social
| Valores éticos e morais Comprometimento Profissionalização Postura profissional Responsabilidade social
|
Fonte: Elaborado pelos autores
A postura de integridade associada ao compromisso de obedecer às normas legais fazem parte da governança pública e privada, e mais ainda agora, diante da responsabilidade de se passar a imprimir uma gestão profissional humanizada. Neste sentido, o desenvolvimento das políticas públicas, em geral, está nas mãos de governos que devem procurar agir com probidade, disponham de colaboradores engajados, políticas públicas comprometidas com a democracia e o exercício da cidadania.
E que disponham de Planejamento Estratégico e Ações Estratégicas de curto, médio e longo prazo centradas na promoção do bem-estar social. A ordem é desenvolver uma cultura organizacional que valorize a gestão humanizada, as inovações que propiciem a expansão do autoconhecimento e desenvolvimento das pessoas e da organização, baseadas em princípios, em valores éticos e morais. O tratamento a ser dado pelas empresas do século XXI requer: Inovação na Gestão de Pessoas rumo ao desenvolvimento da Liderança Positiva e Gestão Afetiva, na construção de talentos, desenvolvimento de uma cultura organizacional que valorize as pessoas, a inclusão, o acolhimento, paciência e resiliência diante da adversidade.
Governança é implantação de Auditorias altamente profissionais, obtenção do desenho e da estrutura organizacional ideal comprometida e envolvida com a transparência, a gestão democrática, a eficiência, a eficácia e a efetividade. Governança desperta a ideia de disrupção com o obsoleto, e implementação de uma cultura para estimular a inovação. Governança é instituir o Programa ESG, comprometido e engajado em projetos que contribuam efetivamente para a melhoria do meio ambiente, do social e da governança.
* Prof. Adm. Marcus Vinicius de L. Fleming, auditor aposentado, pós-graduado em planejamento, Mestre em Administração pela UFMG.
* Profa. Adm. Msc. Angela Maria Bessa Fleming, pós-graduada em Administração Pública, Mestre em Engenharia Civil – UFF/RJ e Presidente do Conselho Regional de Administração do Estado do Acre – CRA-AC.
✔Arquivos
14 – Governança, compliance e integridade
13 -Governança, compliance e integridade (part 3)
12 – Governança, Compliance e Integridade(Parte 2)
11 – Governança, compliance e integridade (part 1)