A polícia chilena é reconhecida como uma das mais truculentas da América do Sul, fruto de décadas do modelo autoritário instaurado durante a ditadura militar-empresarial de Augusto Pinochet.
Na sexta-feira, 10, um casal de professores da rede estadual do Acre, que aproveitava as férias no Peru, decidiu estender o passeio até Arica, a primeira cidade chilena após Tacna.
O que deveria ser uma viagem tranquila transformou-se em transtorno.
Ao cruzarem a fronteira, foram parados para uma fiscalização de rotina — até aí, algo comum.
No entanto, o que se seguiu foi um abuso de autoridade.
O veículo do casal foi submetido a um escaneamento completo, sem que nada suspeito fosse encontrado.
Ainda assim, os agentes decidiram intensificar a abordagem.
O carro foi levado para uma lavagem completa, sob a alegação de que poderia haver droga escondida na lama acumulada embaixo do veículo.
Mais uma vez, nada foi encontrado.
O saldo dessa operação exagerada? Três horas de constrangimento, perda de tempo e nenhum pedido de desculpas pelo abuso evidente.
Esse episódio não é apenas um reflexo de práticas policiais ultrapassadas, mas também um alerta para os desafios que muitos turistas enfrentam ao visitar países com históricos de repressão e desrespeito aos direitos individuais.
A experiência vivida pelos professores acreanos deixa claro que, para muitos, o turismo internacional ainda pode vir acompanhado de barreiras desnecessárias e humilhações evitáveis.
J R Braña B. (em trânsito)