Por
Francisco Dandão – Um dia desses eu estava aqui conversando com as minhas próprias teclas (já vai longe o tempo em que a gente conversava com os próprios botões) e me peguei lembrando de duplas de zagas famosas do futebol acreano. Duplas tão famosas que hoje em dia ganharam o status de lendas.
E aí, pensa daqui, divaga dali, surgiu na minha memória a zaga da seleção acreana de 1957, que “fez o raspa” nos adversários, quando de uma excursão à Manaus. Zaga essa formada pelo farmacêutico e laboratorista Mozarino e pelo funcionário público da Secretaria de Obras Antônio Leó.
Como eu nasci em 1956, não cheguei a ver o Antônio Leó em ação. O que eu sei dele foi o que me contaram. E segundo os relatos, ele aliava em doses exatas virilidade e técnica. E quanto ao Mozarino, que eu vi nos últimos anos de carreira, esse cabeceava com uma precisão assombrosa.
E tanto jogava o Mozarino que um torcedor amazonense das antigas me confidenciou um certo dia que na tal excursão da seleção do Acre à Manaus, ele (o torcedor) assistiu todas as partidas postado atrás da trave defendida pelo time dos acreanos só para ver o referido zagueiro em ação.
Mas, para além dessa dupla de zaga citada, houve muitas outras dignas de registro. Casos de Deca e Palheta, no Independência; Neórico e Paulão, no Juventus; Carlão e Mário Mota, no Atlético; Pompeu e Jaime, no Atlético; Messias e Viegas, no Vasco da Gama; e Chicão e Cleiber, no Rio Branco.
Isso só falando em duplas distintas umas das outras. Mas se a gente misturar as figuras, bem como acrescentar algumas. teremos ainda Neórico e Chicão, no Rio Branco; Chicão e Eco, no Rio Branco; Mustafa e Maurício, no Juventus; Deca e Mustafa, no Juventus; Lécio e Jaime, no Atlético, etc.
Isso sem falar (mas já falando) naquelas duplas de zaga que fizeram história em times menores. Casos de Serjão e Asfury, no Internacional; Abrahão e Zé Palito, no Floresta; Saldanha e Caxi, no Andirá; Pixita e Mário Mota, no Andirá; Chiquinho Sambudo e Carlão, no Floresta… A lista é longa.
A maioria desses zagueiros citados jogou quando o regime do futebol acreano era amador. Se a gente der um salto no tempo e trouxer as reminiscências para a época do profissionalismo, surgirão várias outras duplas… Gilson e Gato, Marquinhos Costa e Luciano, Dudu e Bonieck…
É isso… Como em qualquer lista que a gente se propõe a fazer, fica mais gente de fora do que de dentro. Citei apenas as duplas que eu fui me lembrando no momento da produção do texto. Qualquer dia eu me lembro de outras e escrevo sobre elas. Promessa feita. Pago quando (e se) puder!
Francisco Dandão – cronista e tricolor – Dandão sabe tudo de futebol e um pouco mais…